Bouganvillea (Bougainvillea spp.)

by 9/17/2020 07:10:00 PM 0 comentários

O início da primavera é marcado pela exuberante floração das bouganvilleas que, por esta razão, também são conhecidas popularmente como primaveras. Quanto mais seco o clima, mais vistosa é a floração. Primavera, três-marias, santa-rita, ceboleiro e flor-de-papel são algumas das denominações regionais destes arbustos no Brasil. Mas o que pouca gente sabe, é que as bouganvilleas são nativas do sul e sudeste do Brasil e foram levadas como planta ornamental para a Europa e outros países do mundo. Por muitos anos, foi mais fácil encontrar bouganvilleas sendo cultivadas na Grécia, Portugal e Itália, do que no Brasil. Felizmente, essa realidade mudou muito, e hoje a planta vem sendo amplamente utilizada no paisagismo e é um dos grandes produtos da floricultura nacional, inclusive, com muitos híbridos no mercado. 


Descrição botânica:
Da família Nyctaginaceae, arbustos lenhosos, com até 12 m de altura, ramos escandentes (levemente caídos), com poucos ou muitos espinhos na ramagem, conforme a espécie. As folhas são oval-alongadas e de coloração verde. As flores são pequenas, esbranquiçada e estão envoltas por três ou mais brácteas de coloração que varia entre branco, diversos tons de rosa, vermelho, até o ferrugem. De forma equivocada, muitas pessoas se referem às brácteas como sendo flores, quando, na verdade, são folhas modificadas que envolvem as flores e conferem as cores característica das plantas. 


Onde ocorre: São duas espécies mais conhecidas no Brasil: a Bougainvillea glabra Choisy tem brácteas de cor rosa ou lilás e é nativa do Sul do Brasil; já a espécie Bougainvillea spectabilis Willd. tem brácteas de cores variadas, simples ou dobradas, e é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O gênero Bougainvillea compreende 11 espécies nativas da América do Sul, sendo 5 consideradas nativas do Brasil: B. campanulata, B. fasciculata, B. glabra, B. praecox e B. spectabilis


Usos: Plantas cultivadas em jardins, no paisagismo de praças e parques, tanto nas cidades como na zona rural. Vai muito bem como planta de vaso e cultivada como bonsai. No jardim pode funcionar como arbusto mantido e moldado com podas (topiaria), como cerca-viva sobre cercas e grades, ou mesmo, como cerca-defensiva. Tem sido utilizada também no recobrimento de caramanchões e pergolados. Floresce com maior intensidade entre o outono e a primavera, mas algumas plantas podem permanecer floridas por vários meses durante o ano, a depender do clima. As diferentes colorações das brácteas tem sido estudadas devido a presença de substâncias bioativas com potencial antioxidante, que poderiam ter uso alimentício e medicinal. Na medicina popular é usada para o controle de diabetes e hepatite. Estudos mostraram que o extrato das folhas apresenta efeito repelente. 


Aspectos agronômicos: B. glabra tolera geadas, já a espécie B. spectabilis prefere climas mais quentes, sem incidência de geadas fortes. A produção de mudas é feita por estaquia ou por alporquia, já que raramente produz sementes. Recomenda-se o uso de enraizadores para a produção de mudas de boa qualidade, já que as estacas apresentam dificuldade para enraizar naturalmente. Para uma floração mais vistosa, deve-se efetuar o cultivo das plantas a pleno sol e com pouca água. 



Curiosidade: O nome popular bouganvillea, deriva do nome científico latim Bougainvillea, uma homenagem ao navegador francês Conde Louis Antoine Bougainville, que aportou em Florianópolis no ano de 1767. Enquanto esperava o abastecimento de sua Nau, o Conde resolveu fazer algumas incursões pela Ilha para conhecer melhor a flora da região; foi quando se deparou com os arbustos coloridos chamativos que, mais tarde, vieram a ser nomeados em sua homenagem. Alguns historiadores atribuem ao Conde Bougainville a responsabilidade pela introdução desta espécie na Europa que, de lá se espalhou, sendo, atualmente, cultivada em todas as regiões tropicais do mundo. 

Bibliografia recomendada 

Bougainvillea in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10907

Foschini, J.C. Formação de um banco ativo de germoplasma, seleção de acessos e propagação vegetativa de Bougainvillea. UFSCAR. 2017. 

Lorenzi, H.; Souza, H.M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Editora Plantarum, 2008.

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