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1/18/2015 02:52:00 PM
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Aloysia citriodora
Aloysia triphylla
capim-cidreira
cidreira
Cymbopogon citratus
Cymbopogon nardus
erva-cidreira
erva-luisa
Flora do Brasil
Julceia Camillo
Lippia alba
Melissa officinalis
Recentemente
um colega me perguntou sobre a erva-cidreira, mas não nos entendemos porque ele
falava de uma coisa e eu de outra. Cidreira é o nome popular de um sem-número
de plantas utilizadas na medicina caseira. Em cada região do Brasil vamos
encontrar um ou vários tipos diferentes de cidreiras, que embora tenham usos
semelhantes, são plantas distintas.
Tentando esclarecer essa confusão,
vou descrever rapidamente as quatro espécies mais utilizadas no Brasil e que
chamamos de cidreira: a erva-cidreira (Melissa
officinalis), a cidreira-de-arbusto (Lippia
alba), o cidrão (Aloysia citriodora) e o capim-cidreira (Cymbopogon citratus). Este último,
frequentemente confundido com a citronela (Cymbopogon
nardus), planta utilizada como repelente e tóxica se ingerida.
Portanto, pra quem gosta de tomar um chazinho de cidreira
vez ou outra, é importante conhecer as diferenças, até para evitar intoxicações.
Lembrando sempre que, o uso de plantas medicinais deve ser feito sempre
com cautela e sob a orientação de um profissional de saúde.
Erva-cidreira (Melissa officinalis L.)
Conhecida
também como melissa ou erva-melissa, é originária da Europa meridional e o nome
melissa, que evoca o mel, é atribuído por suas qualidades como planta melífera.
A planta é conhecida e utilizada na cultura mediterrânea a mais de 2000 anos. Conta
a história, que os árabes antigos, utilizavam-na como cura para a melancolia e
para acalmar crises de mau humor das moças jovens e “mulheres débeis”.
Erva-cidreira (Melissa officinalis). Fotos: J. Camillo. |
Descrição botânica: Erva
rasteira, pertencente à família botânica Lamiaceae. Quando adulta pode atingir
de 30 a 50 cm de altura. Suas folhas são simples,
opostas, ovaladas, com margens crenadas e de cor verde-clara. Os ramos são
quadrangulares, ramificados de cor verde ou avermelhada, eretos ou prostrados. Podem
ser encontradas plantas de coloração variegada entre amarelo e verde. As flores
são pequenas, de cor branca a rosada. Floresce
na primavera/verão. Os frutos, são do tipo aquênio, oblongos e pardacentos.
Usos: Na forma de chá como
tranquilizante, sedativo, no tratamento da insônia, cólicas, gases, má
digestão, analgésico em geral e até mesmo, no controle da pressão alta. Externamente,
é aplicado na forma de compressas contra picadas de inseto e herpes. Na
culinária pode ser empregada como aromatizante. Também possui aplicações na
fabricação de bebidas, cosméticos, aromaterapia e como repelente de insetos.
Aspectos agronômicos: Cresce
em touceiras em jardins ou hortas. Deve ser
cultivada sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, bem drenado,
enriquecido com matéria orgânica. Prefere regiões de clima subtropical a
temperado, não tolera extremos de temperatura. Multiplica-se mais facilmente
por divisão das touceiras ou por sementes. O plantio pode ser feito
entre setembro a janeiro, direto no campo, efetuando-se irrigações diárias, até
o enraizamento. O espaçamento pode ser de
30 x 30 cm, entre linhas e entre plantas.
Cidreira-de-arbusto {Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P.
Wilson}
Também chamada de alecrim-do-campo, erva-cidreira-de-arbusto ou
erva-cidreira-brasileira, por ser nativa da flora do Brasil. Tem sido estudada
como matéria prima na produção de óleo essencial rico em linalol, empregado na
indústria de cosméticos e aromas.
Cidreira-de-arbusto (Lippia alba). Fotos: J. Camillo. |
Descrição botânica: Pertence
à família botânica Verbenaceae, planta de formato irregular, bastante
ramificada, com altura entre 2 e 3 metros, quando adulta. Com ramos finos e alongados,
quando jovens apresentam formato quadrangular. Folhas pequenas, levemente
pubescentes e com margens serrilhadas. Flores pequenas e de coloração rosa-claro,
reunidas em pequenas inflorescências nas axilas das folhas. Os frutos são
secos, do tipo aquênio, com numerosas sementes.
Usos: Suas folhas, ramos
jovens e até as flores são utilizados frescos ou secos, no preparo de chás com
efeito sedativo, analgésico geral, ansiolítico, antidepressivo, para tratar
males do aparelho digestivo, cólicas e resfriados, principalmente.
Aspectos agronômicos: A
planta pode ser encontrada naturalmente nos diversos bioma do Brasil, em solos
arenosos pobres em nutrientes. No entanto, cresce com mais vigor em solos
enriquecidos com matéria orgânica e com água em boa quantidade. A propagação
pode ser feita com facilidade através de estaca de ramos, embora também possa
ser feita por sementes. Cresce tanto em condições de sol pleno como meia sombra.
Cidrão (Aloysia citriodora Palau)
Também
conhecida como limonete, erva-luísa,verbena-limão, cidreira ou cidró. A
espécie é nativa do Peru, mas também encontrada em outras regiões frias da
América do Sul como Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile. No Brasil, é
encontrada mais facilmente na região Sul do país. Também é conhecida pela sinonímia botânica de Aloysia triphylla.
Cidrão (Aloysia citriodora). Fotos: J. Camillo. |
Descrição botânica: Pertence
à família botânica Verbenaceae, arbusto de folhas perenes, com até 3 m de
altura, muitos ramos e tortuosos. Folhas simples, com 8 a 12 cm de comprimento,
alongadas e estreitas com margens levemente serrilhadas. As flores são
pequenas, de coloração predominantemente branca, com sombra lilás, reunidas em
panículas na porção terminal dos ramos.
Usos: Culinário, medicinal
e ornamental. Suas folhas e ramos
jovens são utilizados no preparo chás e como aromatizante culinário para
peixes, aves, saldas, refogados e bebidas. Na medicina caseira, o chá é
empregado no tratamento de males respiratórios, digestivos e como calmante. Recomenda-se cautela no seu uso,
pois diversos relatos informam que o uso prolongado do chá desta planta, pode
causar irritação gástrica, depressão e aumento da sonolência, bem como manchas
na pele após exposição solar.
Aspectos agronômicos: O
cultivo deve ser realizado em condição de sol pleno, em solo fértil, profundo e
bem drenado. As regas devem ser frequentes, pois a planta é bastante sensível à
falta de água. A espécie prefere climas temperados e a alta luminosidade é
condição importante para o acumulo de óleo essencial nas folhas (acumulo de
aroma). A propagação é feita por estaquia de ramos, uma vez que nas condições
climáticas do Brasil a produção de sementes viáveis é baixa. A estaquia deve
ser feita entre a primavera e o verão, depois disso a planta entra em
dormência.
Capim-cidreira {Cymbopogon citratus (DC.) Stapf}
Também
conhecida como capim-limão ou capim-santo, é uma espécie originária do sul da
India e, atualmente, aclimatada e cultivada em todas as regiões tropicais do
mundo.
Capim-cidreira (Cymbopogon citratus). Fotos: J. Camillo. |
Descrição botânica: Pertence
à família botânica Poaceae/Panicoideae. Planta perene, herbácea, mas que pode
atingir até 2 m de altura; caule curto formando touceiras. Folhas alongadas e
ásperas em ambas as faces, podendo causar ferimentos na pele se não for
manuseada com o devido cuidado. Nas condições climáticas do Brasil, as plantas
praticamente não florescem.
Usos: Medicinal,
condimentar, aromático, ornamental, entre outros. O chá das folhas é utilizado,
principalmente, para o tratamento de males do estomago, calmante e analgésico
em geral. Podem ser utilizadas folhas frescas, secas ou óleo essencial, este
empregado como aromatizante em perfumaria e cosmética, pelo seu odor
característico de limão. As partes jovens da planta possuem sabor adocicado e
bastante aromático, muito apreciado na elaboração de pratos culinários, como
ingrediente principal ou como condimento. Na região Sul do Brasil é muito
utilizada em hortas, jardins e beira de estradas como cerca viva, como ornamental
ou sobre terraços nas lavouras, visando a sua manutenção e reforço na contenção
da erosão do solo.
Aspectos agronômicos: A
planta prefere clima quente e úmido, mas também pode ser cultivada em locais
mais frios. Prefere solos bem drenados, leves e com boa fertilidade. A
propagação é feita pela divisão de touceira, retirando-se os perfilhos de
plantas bem estabelecidas e sadias. A muda deve ser retirada com algumas raízes
para facilitar o pegamento. O cultivo pode ser feito em vasos, desde que sejam
bastante espaçosos (mínimo 30 cm de diâmetro) para permitir o crescimento do
sistema radicular. Como é uma planta rica em óleos essenciais, a colheita das
folhas deve ser realizada nas primeiras horas da manhã.
ATENÇÃO: Como já mencionei no início, o capim-cidreira (Cymbopogon citratus) é frequentemente
confundido com a citronela (Cymbopogon nardus), pois as semelhanças
morfológicas entre as duas espécies são muito grandes. Embora não seja
considerada venenosa, a ingestão do chá da citronela não é recomendado pelo
risco de irritação das mucosas gástricas. Sendo, inclusive, relatada a ocorrência
de intoxicação em animais domésticos, após a ingestão de folhas da planta.
Aqui
vão algumas dicas que podem ajudar a evitar confusões:
1) Porte: a planta do capim-cidreira é menor e tem folhas
mais curtas;
2) Formato
da planta: a imagem acima, mostra claramente que o capim-cidreira
forma uma touceira mais cheia e ereta, enquanto que a touceira de citronela
tende a se abrir e cair, sendo necessário em alguns casos, efetuar amarrio para
evitar o tombamento da planta;
3) Aroma: esmague
levemente as folhas e cheire: o capim-cidreira tem aroma adocicado que lembra o
limão; já a citronela tem um aroma mais forte, e até desagradável, que lembra
desinfetante industrial, aqueles que se usam nos banheiros.
Referências Bibliográficas
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em melissa. Horticultura Brasileira, 23(3), 780-784, 2005.
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FITOTERAPIA. Melissa.
Disponível em: Link. 2015
GILBERT, B.; FERREIRA, J.L.P.; ALVES, L.F. Monografias de plantas medicinais
brasileiras e aclimatadas. Curitiba: ABIFITO. 2005.
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2011.
JANNUZZI, H. et al. Avaliação agronômica e identificação de
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JANNUZZI, H. Caracterização de dezesseis acessos de Lippia alba (Mill) NE Brown, no Distrito
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MOURET, S. Erva
cidreira Link.
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Link.
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VALMORBIDA, R. et al. Desenvolvimento e produção de óleo essencial
de plantas de Aloysia triphylla em função do espaçamento e horário de colheita.
Seminário: Sistemas
de Produção Agropecuária-Ciências Agrárias, Animais e Florestais. 2010.
PAULUS, D. et al. Vegetative propagation of Aloysia triphylla (L'Hér.) Britton according to IBA and length of cuttings. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 16(1), 25-31, 2014.
ótimo .gostei muito
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