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11/06/2019 11:06:00 AM
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Brazilian biodiversity
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costaceae
Costus spiralis
Plantas Medicinais
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Zingiberaceae
A cana-do-brejo ou cana-de-macaco, como também é conhecida em várias regiões do Brasil, é muito usada na medicina popular e sempre suscita muitas dúvidas se é uma única espécie ou se existe mais de uma, devido às diferenças marcantes que se observa nas plantas conforme o clima e a região. De acordo com o site da Flora do Brasil, existe pelo menos 16 espécies do gênero Costus catalogadas no Brasil, a maioria nativa da floresta amazônica. A cana-do-brejo é a mais comum delas e devido às suas diferenças morfológicas, foi classificada em duas variedades: Costus spiralis (Jacq.) Roscoe var. spiralis e Costus spiralis var. villosus Maas, sendo esta última, de ocorrência restrita à região amazônica. Para simplificar, aqui trataremos da espécie principal Costus spiralis, sem entrar nos detalhes das variedades.
Descrição botânica: Família Costaceae, planta de 1 a 2 m de altura, com rizomas. As folhas são grandes, de formato alongado, glabras e dispostas em espiral (daí o nome da espécie). As flores são reunidas em inflorescências terminais (estróbilos) e podem ter coloração variando de avermelhado à rosa claro ou branco. Os frutos são pequenos (1,5 cm de comprimento), tipo cápsula, com até 20 sementes de cor preta.
Estróbilos de C. spiralis com flores de cores diferentes |
Onde ocorre: Planta nativa, porém, não endêmica do Brasil, com ocorrência desde o México até a porção sul do Brasil. Mais comum em áreas úmidas, como beira de rios ou lagos, mas também pode ocorrer em áreas de savana ou afloramentos rochosos.
Devido à similaridade entre plantas, é muito comum a confusão entre Costus spiralis e Costus spicatus, inclusive no uso popular e até mesmo em trabalhos científicos. Embora ambas sejam usadas para as mesmas finalidades, a espécie nativa e mais comum no Brasil é Costus spiralis.
Usos: É muito usada com fins ornamentais, tanto para o cultivo em jardins quanto para flor de corte, devido à beleza de suas inflorescências. Vai bem na montagem de arranjos tropicais, juntamente com helicônias, estrelitzias e filodendros. No jardim pode ser cultivada junto a muros, em renques ou à beira de lagos ou piscinas naturais.
Também apresenta amplo uso medicinal. As folhas, hastes e rizomas são usados na medicina popular para o tratamento de cálculos renais, sífilis, nefrite, cistite, controle da diabetes e como anti-inflamatória. Em algumas regiões, o chá das folhas é usado contra hipertensão e como diurético, as folhas cozidas são usadas no controle de diarreias; o chá ou suco dos colmos (caules) é usado no combate à hepatite e dores de barriga. No Distrito Federal, um laboratório farmacêutico possui cultivo da espécie para a produção de chá medicinal.
Cultivo de C. spiralis no DF para a produção de chá medicinal |
É possível encontrar na literatura uma centena de relatos sobre o uso medicinal da cana-do-brejo, porém, existe pouca confirmação científica. Uma revisão bem interessante sobre estudos químicos e farmacológicos a cerca desta espécie foi publicada por Duarte et al. (2017) na revista Fitos (Link).
Quando se fala em planta medicinal é importante sempre mencionar que o uso nunca deve ser feito de forma indiscriminada e deve-se atentar sempre para a correta identificação da planta. Assim como outras da mesma família botânica, a cana-do-brejo possui em sua composição o ácido oxálico, que ingerido em excesso pode causar intoxicações graves.
Distribuição das folhas em espiral, aspecto que ajuda a identificar a espécie |
Aspectos agronômicos: A produção de mudas pode ser feita tanto por sementes quanto por rizomas e estacas do caule. As plantas desta espécie preferem clima quente e úmido, mas podem se desenvolver satisfatoriamente também em regiões mais secas, desde que irrigadas. O plantio deve ser feito em solos ricos em matéria orgânica e, preferencialmente, mantidos úmidos. Pode ser cultivada em meia sombra ou sol pleno e floresce quase o ano todo. Observando plantas em diversos locais do Brasil, notei que no Cerrado, durante a seca, as plantas podem definhar, mas mantém o rizoma intacto, rebrotando vigorosamente assim que se inicia a época chuvosa. Já em regiões mais frias, durante o inverno, a parte aérea pode secar totalmente devido a ocorrência de geada, porém, os rizomas rebrotam logo que acaba o frio.
As flores também cumprem papel ecológico, fornecendo abrigo e alimento para a fauna |
Bibliografia recomendada
Costaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <Link>. Acesso em: 06 Nov. 2019
Vieira, R.F.; Camillo, J.C.; Coradin, L. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial : plantas para o futuro : região Centro-Oeste. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade. – Brasília, DF: MMA, 2018. (Link)
Cultivo essa planta mas não sabiá que era medicinal
ResponderExcluirPreciso de uma muda,como faço?
ResponderExcluirAchei galhos delas jogados em um terreno, vou plantar agora, vou cuidar
ResponderExcluirSão os galhos ou a raíz q se planta?
ExcluirCana do brejo .Cura infecção renal .1 litro de água fervente 2 folhas ,infusão por 10 minutos. Meio copo de manhã em jejum ,meio a noite.Maravilho Aquele que abre flor cor rosa.
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