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5/08/2015 07:29:00 PM
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arroz de cuxá
Hibiscus sabdariffa
indian-sorrel
karkade
Maranhão
plantas alimentícias
Plantas Medicinais
roselle
Universidade de Brasilia
Vinagreira
A
vinagreira, embora não seja uma espécie nativa da flora brasileira, está
enraizada na nossa história cultural gastronômica. Na culinária regional é
utilizada como ingrediente do famoso Arroz de Cuxá, prato típico da culinária
Maranhense. Seu nome deriva do sabor ácido das folhas e cálices florais, sendo
conhecida também como azedinha, caruru-azedo, caruru-da-Guiné, flor-da-Jamaica,
groselha, hibisco, hibiscus, quiabo-azedo, quiabo-de-Angola e rosele(a). Em
inglês é chamada de indian-sorrel, jamaican-sorrel ou roselle; em francês
l’oiselle e em árabe karkade.
Características botânicas: Pertencente
à família botânica Malvaceae, planta anual com até 1,8 metros de altura. O caule tem coloração vermelho-escuro e pouco
ramificado. As folhas são alternas, simples, com formato variando entre ovalado
a alongado. As flores são solitárias, uma por axila foliar, as pétalas
apresentam coloração variando entre rosa-claro e púrpura. Após fecundação,
desenvolvem-se os cálices, de aspecto carnoso e coloração vermelho-brilhante e
em seu interior, desenvolve-se o fruto com numerosas sementes.
A) Botão floral; B) Cálice (fruto). Fotos: J. Camillo. |
Onde ocorre: A
espécie ocorre naturalmente na Índia, Sudão e Malásia, citados na literatura
como prováveis centros de origem, sendo disseminada posteriormente para a
África e América Central. No Brasil, sua introdução foi associada ao tráfico de
escravos e, atualmente, pode ser encontrada em quase todos os estados do país.
Usos: É uma espécie de
múltiplos usos. Na alimentação humana suas folhas e cálices são empregados como
ingredientes da culinária regional em diversos pratos. O cálice floral é
matéria-prima para a produção de doces, geleias, xaropes, aromatizante, vinagre
e até um tipo de vinho. A geleia apresenta sabor ácido, porém delicioso, e pode
ser consumida com pães, torradas ou com pratos salgados. Os cálices colhidos e
secos em temperatura de até 43°C, podem ser consumidos na forma de chá, da
mesma forma que outros Hibiscos.
Flor. Foto: J. Camillo. |
As folhas e cálices são uma excelente
fonte de antioxidantes, vitaminas A e C, ferro, proteínas e fósforo, sendo
consideradas como importante complemento nutricional. Além do uso culinário e
medicinal, a planta ainda pode ser utilizada como alimentação animal, as fibras
extraídas do caule são empregada na indústria têxtil e de papel. Na medicina
tradicional, seu uso é relatado como diurético, antisséptico, laxante,
sedativo, tônico afrodisíaco e no tratamento de infinitas outras mazelas.
Estudos fitoquímicos e farmacológicos relatam que a planta apresenta potencial como
antioxidante.
Características
agronômicas: A espécie reproduz-se por sementes, as quais são produzidas em
abundância e devem ser colhidas de frutos maduros. A semeadura pode ser
realizada diretamente no local definitivo ou em bandejas, para posterior
transplantio, este último o método mais recomendado. O solo deve ser rico em
matéria orgânica e bem drenado. Seu
cultivo pode ser realizado em regiões tropicais e subtropicais, em condição
de
sol pleno, desde o nível do mar até 900 metros de altura, razão pela qual pode
ser encontrada em boa parte do Brasil. A pluviosidade deve estar entre 800 e
1600 mm e a faixa de temperatura de crescimento entre 7 a 35°C. Um dos
problemas que limitam seu cultivo em algumas regiões é a sensibilidade dos cultivares
ao fotoperíodo, ocorrendo florescimento apenas em condições de dias curtos, com
cerca de 11 horas de luz. Em regiões temperadas, poderá não ocorrer o amadurecimento
dos frutos. A espécie não tolera geadas e baixas temperaturas, aumentam a
incidência de seca da haste (Botrytis
cinerea).
Folhas. Foto: J. Camillo. |
Plantio de vinagreira orgânica na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília. Foto: J. Camillo. |
Referências bibliográficas
CARMO, D.D.R.M. et al. Atividade antioxidante de Hibiscus sabdariffa L. em função do
espaçamento entre plantas e da adubação orgânica. Ciência Rural, 41(8),
1331-1336, 2011.
CASTRO, N.E.A. Épocas
de plantio e métodos de colheita para maximização da produção de cálice de Hibiscus sabdariffa L. Universidade
Federal de Lavras. 2014.
LIMA-SALES, M.A. et al. Germinação da vinagreira em função de
cinco níveis de salinidade da água de irrigação. Revista Verde de Agroecologia e
Desenvolvimento Sustentável, 9(1), 68-74, 2014.
OLIVEIRA, C.A. et al. Progresso da seca da haste (Botrytis cinerea) do hibisco (Hibiscus sabdariffa) em quatro épocas e
dois métodos de plantio. Summa
Phytopathologica, 39(2), 110-116, 2013.
TROPICOS. Hibiscus sabdariffa L. 2015.
Disponível em: http://www.tropicos.org/Name/19600047
YAMAMOTO, N.T. et al. Desenvolvimento de (Hibiscus sabdariffa L.) Cultivadas em Diferentes Substratos. Revista Brasileira de Biociências,
5(S2), 771-773, 2008.
Esta
página foi uma sugestão da minha amiga maranhense Hannah Nemlas, a quem
agradeço.
Olá. Gostei muito da sua dedicação. Moro também em Sobradinho e gosto de divulgar o que é bom. Portanto peço a sua autorizaçao para postar algumas fotos e descriçoes, bem como o próprio Blog.
ResponderExcluirBom dia Dilson! Obrigada pelas palavras! tem autorização sim e fico muito grata pela divulgação do site. As imagens podem ser utilizadas também para divulgação, desde que não seja para uso comercial e se faça a citação da autoria. Grande abraço!
ExcluirBela publicação, com certeza contribuindo com muita gente...
ResponderExcluirConheci o Hibiscus por volta de 2005 e depois disso nunca mais fiquei sem, sempre plantando no sítio aqui no norte de Minas, Araçuaí, Vale do Jequitinhonha.
Inicialmente tinha uma espécie que produzia cálices muito magros e não tão vermelhos e no meio desses apareceram alguns pés que produziam lindas flores diferentes, mas os cálices não tinham o que utilizar. Passado algum tempo consegui essa espécie das suas fotos que rendem muito mais nos cálices, porém em meio esses daí me apareceu outro com os cálices muito maiores e mais carnudos chegando a soltar facilmente líquido vermelho nas mãos ao serem colhidos, são mesmo várias espécies assim?
Já pensei em plantar isso comercialmente, aqui consigo desidratar a sombra na época quente, o meu maior problema é pra retirar a vagem de sementes dos cálices, sabe me informar se existe um método ou ferramenta que facilite essa tarefa para não consumir tanto tempo? Muito obrigado e parabéns pelo belo trabalho! elyzeus.epl@gmail.com
No Maranhão o arroz de pucha é feito com o sumo das folhas da vinagreira, muito saboroso!
ResponderExcluirÉ Cuxá. Nome da comida tipica regional local. Arroz de Cuxá e a pasta do Cuxá. Espetáculo na mesa.
ExcluirSou de Belém do Pará eu só conhcia como vinagreira, desde minha infância e comíamos em peixe quw era salgado após tirar o sal era cozido com as folhas parecia que era cozido com o suvo de limão, agora estou morando em um interior de Minas Gerais à dois meses eu troxe o caule de Belém pois já estou saborando minha vinagreira rsrs
ResponderExcluirMuito boa publicação, sou engenheiro agronomo aposentado e recentemente comprei um pequeno sitio e estou produzindo algumas hortalicas pouco comum e a vinagreira foi uma das escolhidas, não conhecia quase nada sobre a planta estou aprendendo muito.
ResponderExcluirPlante também a Lima da Pérsia .....Eu consumo 2 frutas por dia, uma pela manhã e outra à noitinha. As sementes eu guardo para outras pessoas plantarem.
ExcluirComo posso usar essas frutas?
ResponderExcluirÑ conhecia hibisco ,mas depois de conhecer fiz geleias , vinagre e conserva dele hoje tenho plantado no meu quintal é 1 colheita q faço irei fazer geleias e conservas.
ResponderExcluirÑ conhecia hibisco ,mas depois de conhecer fiz geleias , vinagre e conserva dele hoje tenho plantado no meu quintal é 1 colheita q faço irei fazer geleias e conservas.
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