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10/18/2014 04:39:00 PM
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Delonix regia
Flamboyant
Plantas Ornamentais
Sobradinho - DF
O flamboyant é uma planta ornamental utilizada em muitos países. No Brasil é chamada também de flor-do-matrimônio ou flor-do-paraíso. Em inglês é conhecida como royal-poinciana, flame-tree, flamboyant-tree ou flamboyan. Em francês como flamboyant, flamboyant-royal, poinciana-royal, fleur-de-paradis. No Havaí é chamada de ohai-ula. Nas ilhas do Caribe, a espécie recebe o nome de woman´s-tongue ou, na tradução livre, “língua-de-mulher”, nome atribuído ao barulho de chocalho que as vagens fazem ao serem tocadas pelo vento.
Em espanhol a planta é conhecida como Arbol de fuego, pela aparência e coloração viva das flores, que conferem um visual exuberante e peculiar na época de floração. Na América Central a espécie é conhecida pelo nome de Malinche. Segundo a história, La Malinche foi uma mulher de beleza ímpar, amante e conselheira do conquistador espanhol Hernán Cortéz durante a Conquista do México e que, por sua influência e beleza, o teria convencido de poupar seu povo do extermínio.
Descrição botânica: Pertence à família botânica Fabaceae, de porte arbóreo, crescimento inicial rápido, podendo atingir entre 12 a 15 metros de altura. Inforescencias tipo cacho de coloração vermelho-fogo ou alaranjado, contendo 4 a 5 flores. Os frutos se destacam na árvore quase totalmente despida de folhas, permanecendo aderidos à planta por longo tempo. São vagens de coloração marrom-escura, lenhosos, com 20-45 cm de comprimento e 2-5 cm de largura, contendo em média 20 sementes. Após a maturação, as vagens se abrem e lançam as sementes a curtas distâncias.
Onde ocorre: A espécie é nativa da ilha de Madagascar, porém adaptou-se muito bem às condições climáticas do Brasil, onde pode ser encontrada em todos os estados, de Norte a Sul do país. Embora a espécie esteja bastante disseminada pelo mundo, é considerada rara em seu hábitat natural, que tem sido devastado pelo avanço descontrolado da fronteira agrícola e o corte das plantas para produção de lenha e carvão.
Usos: A principal utilização dos flamboyants é como ornamental, na arborização urbana em avenidas, ruas, parques, praças e jardins públicos ou privados. As plantas fornecem boa sombra e sua floração exuberante confere um cenário de rara beleza. O porte da planta também é fator que agrega valor ornamental a esta espécie, com seus galhos tortuosos formando uma copa ampla, mesmo quando a planta não está florida, o seu aspecto de escultura confere beleza à paisagem.
A flores são melíferas, a madeira pode ser utilizada em construções leves e no fabrico de canoas. A planta também é gomífera, produzindo uma mucilagem espessa, solúvel em água de coloração amarela ou vermelha. As sementes contém goma, que após purificação, pode ser empregada na indústria têxtil e de alimentos. As sementes são utilizadas por artesãos para a confecção de biojóias. Estudos farmacológicos indicam que o flamboyant possui potencial medicinal, uma vez que a análise dos extratos obtidos das folhas e das cascas da planta, apresentaram atividades hipoglicemiante, antioxidante, antimicrobiana e citotóxica.
Aspéctos agronômicos: A produção de mudas pode ser feita por sementes ou por estaquia. Em ambas condições, a planta pode levar entre 8 a 10 anos para florescer. As mudas podem ser feitas em viveiros ou em sementeira no quintal de casa mesmo, pela colheita direta de sementes em árvores próximas ou adquirindo-se sementes em lojas especializados. As sementes de flamboyant apresentam dificuldade para germinar em função da dormência física, imposta pela impermeabilidade do tegumento à água. A quebra de dormência pode ser feita pela imersão das sementes em água à 90°C durante 1 minuto. A escarificação mecânica através de corte ou lixa, também é possível, mas pode causar danos ao embrião se não for realizada com cuidado, além de ser mais trabalhosa. O substrato para a germinação e produção de mudas, pode ser um composto formulado por duas partes de solo, para uma de húmus.
O plantio das mudas é realizado em covas com dimensões aproximadas de 40x40 cm, adubadas com esterco de gado curtido e 200g/cova NKP (10-10-10).As mudas de flamboyant necessitam tutoramento para evitar o tombamento e quebra. A espécie não requer grande número de tratos culturais para sua manutenção. Recomenda-se efetuar poda de formação, eliminando-se os ramos laterais excedentes e malformados. A espécie suporta bem podas drásticas, efetuadas quando se deseja manter a planta com porte menor.Não tolera temperaturas abaixo de 7 a 8°C.
Limitações: O seu sistema radicular é superficial e de crescimento bastante agressivo, por esse motivo, não se recomenda o seu cultivo em áreas próximas de calçadas, tubulações de água e esgoto ou de fiação elétrica. Outra limitação da espécie nos espaços urbanos, é o fato de produzir galhos frágeis que quebram com o vento, além das vagens lenhosas que se desprendem da planta, podendo comprometer seu uso locais de estacionamento ou de intensa circulação de pedestres. Além disso, o formato amplo da copa também dificulta o plantio da espécie próximo a muros, casas ou prédios. Estando, portanto, limitado seu plantio à espaços abertos, que por outro lado, permite contemplar toda beleza desta planta magnifica planta.
Bibliografia recomendada
ATAIDE, G. M. et al . Superação da dormência das sementes de Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Revista Árvore, 37(6),2013.
DE LUCENA, A.M. et al. Influência da natureza do substrato e da água de irrigação no crescimento de mudas de flamboyant (Delonix regia). Revista Caatinga, 20(3), 2007.
JAHAN, I. et al. Chemical and biological investigations of Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Acta Pharmaceutica, 60(2), 207-215, 2010.
JANCY-RANI, P. et al. Screening of antioxidant activity, total phenolics and gas chromatograph and mass spectrometer (GC-MS) study of Delonix regia. African journal of biochemistry research, 2(12), 341-347, 2011.
JUNGALWALA, F.B.; CAMA, H.R. Carotenoids in Delonix regia (Gul Mohr) flower. Biochemical Journal, 85(1), 1962.
KAPOOR, V.P.A galactomannan from the seeds of Delonix regia. Phytochemistry, 11(3), 1129-1132, 1972.
LEWIS, G.P. Delonix in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: link. Acesso em: 13 Out. 2014.
RODRIGUES, P.S. et al. Avaliação de métodos para quebra da dormência e caracterização morfológica de sementes de Delonix regia Rafin (Fabaceae). 2012.
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