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5/24/2015 10:23:00 AM
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canela de ema
Canela-de-ema
Flora do Brasil
Plantas Medicinais
Plantas Ornamentais
Sobradinho - DF
Universidade de Brasilia
Vellozia flavicans
Vellozia squamata
Nestes
dias que dão início à estação seca, o Cerrado ganha um colorido extra com a
delicada florada da canela-de-ema. Uma planta que só é encontrada neste bioma e
cujo nome está associado às semelhanças com as Emas. Os caules são dispostos de
modo semelhante à distribuição dos dedos do animal e os tufos de folhas da
planta, lembram as penas da ave.
Canela-de-ema (Vellozia squamata Pohl). Foto: J. Camillo. |
Caules e folhas que lembram as características de uma Ema (ave). Foto: J. Camillo. |
Descrição botânica: Pertence
à família Velloziaceae, apresenta-se na forma de arbusto ou subarbusto. O
tronco é ereto e ramificado; os ramos são
geralmente curtos, cilíndricos e agrupados em nós concêntricos de bainhas
fibrosas. As folhas são simples concentradas na porção terminal
dos ramos (rosulada) e com textura áspera. As flores tem coloração lilás, com
variações na tonalidade. Os frutos são tipo cápsula, cobertos por pequenos
espinhos, sua coloração varia entre verde a marrom-claro conforme avança a
maturação. As sementes são bastante numerosas, pequenas e de coloração
castanha. A floração ocorre entre os meses de abril a junho, com frutificação
em paralelo, podendo estender-se até o mês de outubro. Apresenta como sinônimo botânico Vellozia
flavicans Mart. ex Schult. & Schult.f., que deve ser considerado na
busca de informações sobre a espécie, uma vez que muitos autores utilizam esta sinonímia
em suas publicações.
Onde ocorre: É
uma planta nativa e endêmica da flora do Brasil, ou seja, sendo encontrada
apenas em nosso país e restrita ao bioma Cerrado dos estados de Bahia, Minas
Gerias, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso, nas formações tipo campo
rupestre e cerrado latu sensu. Cresce em solos pobres ou mesmo sobre pedras.
Usos: Apresenta grande potencial ornamental, conferido pela singularidade
de sua arquitetura foliar e beleza das flores. Pode ser utilizada como elemento
na composição de jardins, de forma isolada ou em conjunto, sozinha ou combinada
com outras espécies. Os caules também possuem potencial ornamental e podem ser
empregados na produção de arranjos artesanais ou na extração de fibras para produção
de cordas e sacarias. Na medicina popular, existem relatos do seu uso
como anti-inflamatório no tratamento de contusões e dores em geral. Estudos fitoquímicos
demonstraram que os extratos obtidos das folhas e caules da canela-de-ema, possuem
óleos essenciais e propriedade antioxidante.
Exemplos de uso da canela-de-ema em jardins. Fotos: J. Camillo. |
Curiosidade: A
coloração das flores desta espécie inspirou uma linha de esmaltes denominado “Canela-de-ema”.
Frutos: Foto: J. Camillo. |
Aspectos agronômicos: São
poucos os dados agronômicos disponíveis sobre a Canela-de-ema, principalmente
quanto à produção de mudas, sendo este um dos limitadores para o uso econômico desta
planta. A produção de mudas pode ser feita através de sementes recém colhidas,
nestas condições a germinação é superior a 90%, ocorrendo em até 10 dias. O
substrato deve ser leve, assim como a camada de cobertura das sementes, pois
estas são pequenas e delicadas. O desenvolvimento das plantas é lento.
Estudos demonstram que a germinação
in vitro, pode ser uma alternativa viável para a produção de mudas de alta qualidade
e em menor tempo, comparando-se à germinação convencional. Esta técnica já tem
sido utilizada com sucesso na propagação comercial de orquídeas e bromélias.
Referências bibliográficas
ALMEIDA,
S.P. et al. Cerrado: espécies úteis.
Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998.
FREITAS-NETO,
O.G. Micropropagação e anatomia foliar
de canela-de-ema (Vellozia flavicans)
em diferentes condições ambientais. Universidade de Brasilia. 2009.
MELLO-SILVA,
R. Velloziaceae in Lista
de Espécies da Flora do Brasil. Jardim
Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <Link>.
Acesso em: 24 Mai. 2015.
QUINTÃO,
F.J.O. Caracterização dos óleos
essenciais de Microlicia graveolens, Melaleuca leucadendron e de extratos
hidroalcoólicos das folhas e caules de Vellozia
squamata para o desenvolvimento de nanoemulsões para uso farmacêutico.
2013.
Parabéns pela matéria! Estive recentemente na Chapada dos Veadeiros na época das chuvas e vi várias canelas-de-ema floridas! É uma planta espetacular! Obrigada pelas informações e citação de fontes. A página ajudará muito na minha pesquisa de espécies ornamentais de Cerrado.
ResponderExcluirHeloisa Antunes - Agrônoma Paisagista - São Paulo - SP
heloisa.paisagismo@gmail.com
Oi Helísa!
ExcluirTenho interesse em saber mais sobre sua pesquisa...
Amei as informações sobre a planta...pois não sabia nada fa canelas-de-ema. Flores bonitas...
ResponderExcluirGostaria que o autor adicionasse o estado do Tocantins ao texto pois aqui encontramos bastante camela de ema e o estado é composto por cerrado também não so nos Estados da Bahia,Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal.
ResponderExcluirAonde se encontra aqui no Tocantins tenho interesse na planta, para fins medicinais
ExcluirEssa planta pode molhar todo dia e ficar o dia todo no sol
ResponderExcluirBoa tarde. Adorei a matéria. Parabéns.
ResponderExcluirResido em Curitiba e sou orquidólogo. Gostaria de pedir autorização para utilizar uma foto desta postagem (Planta de canela-de-ema em ambiente de Cerrado), para ilustrar uma aula que vou ministrar em meu blog (Orquídeas - Encanto & Paixão), sobre a Constantia cipoensis, uma linda orquídea, obviamente colocando os devidos e justos créditos fotográficos.
Um grande abraço.
Juan Pablo Heller
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