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4/26/2015 03:56:00 PM
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Agronomia
barriguda
Ceiba speciosa
Chorisia speciosa
Flora do Brasil
paina
paina de lã
paineira
Plantas Medicinais
Plantas Ornamentais
Sobradinho - DF
Universidade de Brasilia
Entre os meses de março a maio, nos
encantamos com a beleza da florada das paineiras. Estas plantas são conhecidas popularmente
como paina, paineira-rosa, paineira-de-espinho ou paina-de-lã, devido à
presença de longos pelo brancos que recobrem as sementes, parecendo mesmo com
uma bola de lã, mas que na verdade, são estruturas que facilitam a dispersão
das sementes.
A espécie também é conhecida como
barriguda, devido ao espessamento da base do tronco, que serve como uma forma
de armazenar água para sobreviver aos meses de estiagem.
Botanicamente é também conhecida
pela sinonímia Chorisia speciosa
A.St.Hil., a qual deve ser considera na busca de bibliografias referentes à
espécie, uma vez que boa parte das publicações utilizam-se deste sinônimo.
Presença se espinhos nos caules mais jovens. Foto: J. Camillo. |
Características botânicas: Planta
da família botânica Malvaceae, com tronco arredondado, coloração
verde-acinzentada, cuja característica principal é a presença de espinhos nas
partes mais jovens. Quando adultas, estas árvores podem medir até 30 metros de
altura e o tronco, até 120 cm de diâmetro. As folhas são digitadas, compostas
por folíolos de comprimento variado entre 4 a 17 cm, com bordas serrilhadas. As
flores possuem o interior branco com pontuações vermelhas e mais externamente,
as pétalas apresentam coloração rosa (podendo apresentar diversas tonalidades),
reunidas em uma inflorescência tipo capitulo na porção terminal dos ramos. Os
frutos são grandes, secos, de coloração parda e medindo entre 17 a 20 cm de
comprimento, com cinco lóculos internos que armazenam até 200 sementes
pequenas, de coloração marrom e cobertas por longos pelos (paina) que facilitam
sua dispersão.
Quando maduros, os frutos se abrem
para liberar a paina, que é uma fibra de textura sedosa e facilmente carregada
pelo vento, onde ficam aderidas as sementes. O chão sob as árvores fica parecendo
um “cobertor fofinho” com quantidade de paina que é liberada pela planta, sendo
esta característica que lhe confere o nome popular de paineira.
Frutos abrem-se e liberam a paina com as sementes. Foto: Calile (Link) |
Paineira na Quadra 05 em Sobradinho - DF. Foto: J. Camillo. |
Onde ocorre: A
espécie é nativa da flora do Brasil, ocorre naturalmente nos biomas Amazônia,
Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. No
Centro-Oeste a florada mais intensa ocorre durante o outono (entre março a maio),
mas ocorrem também floradas durante o verão. É planta características das Florestas
Mesófilas Semidecíduas, entre as latitudes 12ºS a 30ºS, ocorrendo também na Argentina
e Paraguai. É cultivada em regiões tropicais e subtropicais, no hemisfério
norte, até as Antilhas e o sul dos Estados Unidos.
Usos: O uso mais comum é no
paisagismo e arborização urbana, devido ao porte imponente, exuberância de sua
florada e boa sombra. A paina é utilizada como enchimento para travesseiros, almofadas
e pequenos cobertores. Testes fitoquímicos demonstraram que o extrato obtido
das folhas apresentou efeito antioxidante, porém os resultados ainda são
insipientes sobre o seu uso medicinal.
Detalhe da flor. Foto: J. Camillo. |
Recentes estudos tem sido
desenvolvidos para viabilizar o uso da paina na biorremediação, a qual mostrou-se
eficiente na absorção de óleo cru, com potencial para utilização na recuperação
de cursos hídricos afetados por derramamento de óleo.
Aspectos agronômicos: A
propagação pode ser feita por sementes ou por estaquia. As sementes apresentam
dormência, exigindo tratamento pré-germinativo, como a imersão em água fria por
24 a 48 horas. Para se obter sementes de boa qualidade, os frutos devem ser
colhidos assim que iniciarem a abertura espontânea e levados para secar ao sol,
até a liberação completadas das sementes, que devem ser separadas manualmente da
paina. Se não forem utilizadas de imediato, as sementes podem ser conservadas
em baixa temperatura por longos períodos, sendo consideradas, para fins de
conservação, como ortodoxas.
Foto: J. Camillo. |
A germinação é feita em canteiros ou
tubetes, mantidos semisombreados, em substrato organo-arenoso, com duas
irrigações diárias. A germinação ocorre entre 20 a 30 dias após o plantio, com
percentual aproximado de 80%. O crescimento inicial das mudas é relativamente
rápido.
O
plantio definitivo das mudas deve ser feito em áreas amplas - por tratar-se de
uma espécie de grande porte - em condição de sol pleno e espaçamento mínimo de
4 metros entre plantas. A espécie apresenta boa tolerância ao frio,
desenvolvendo-se em todos os estados do Sul do Brasil.
Paineiras floridas em Sobradinho - DF. Fotos: J. Camillo. |
Referências Bibliográficas
ANNUNCIADO, T. et al. Utilização da fibra de paina (Chorisia speciosa) como sorvente de óleo
cru. parte II: caracterização da fibra x capacidade de sorção. In: 3
Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás. 2005.
CARVALHO, L.R. et al. Classificação de sementes florestais
quanto ao comportamento no armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, v. 28, n. 2, p. 15-25, 2006.
DUARTE,
M.C. Ceiba in Lista
de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Disponível em: <Link>. Acesso em: 28 Fev. 2015.
IBF.
Instituto Brasileiro de Florestas. Paineira Rosa - Chorisia
speciosa
– Semente. Disponível em: Link.
IPEF
– Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Paineira - Ceiba speciosa. Disponível em: Link.
2015.
JARDINEIRO.NET.
Paineira-rosa (Ceiba speciosa). Disponível em: Link.
2015.
SOUZA, L.M.F.I. et al. Sistema de reprodução em população natural de Chorisia
speciosa A. St.-Hil. (Bombacaceae). Revista brasileira de botânica, v. 26, n. 1, p. 113-21, 2003.
Vocs vendem mudas ou semente da flor de deserto
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