Abricó-de-macaco (Couroupita guianensis Aubl.)

by 8/10/2022 08:43:00 AM 0 comentários

Algumas plantas nos impressionam pela beleza de suas flores ou pela forma como a florada acontece. O abricó-de-macaco consegue fazer as duas coisas! As flores atraem o olhar com sua forma e colorido e cobrem quase toda extensão do tronco, tudo ao mesmo tempo: flores, botões florais, cachos entrelaçados e gigantes bolas amarronzadas, que são os frutos. O pesquisador da UFRRJ José Aguiar Sobrinho (1999) dizia que a árvore em florescimento é um dos espetáculos mais belos e curiosos da natureza com o tronco emitindo uma miríade de flores desde o solo até as ramificações superiores. No Brasil, é mais conhecida como abricó-de-macaco, cuieira-da-mata, coité-de-macaco ou bola-de-canhão, que corresponde à versão em inglês “cannon ball tree”, nome pelo qual a espécie é conhecida na Índia e outros países tropicais.

Descrição botânica: Planta da família Lecythidaceae, árvore de grande porte, medindo até 35m de altura. As folhas são alternas, oblongas, medindo até 20cm de comprimento, margem inteira e ápice agudo ou acuminado. As inflorescências são do tipo racemo, distribuídas por toda extensão do tronco. As flores medem entre 5 e 6 cm de diâmetro, com 6 pétalas amareladas na base e rosa a vermelho na porção superior; apresenta um anel de estames brancos e anteras compridas, no centro da flor, rosadas ou avermelhadas e com as pontas amareladas. Os frutos são globosos, medindo até 25cm de diâmetro e cor marrom; as sementes estão envoltas em uma polpa carnosa, que oxida em contato com o ar, ficando de coloração verde-azulada.


Onde ocorre: É planta nativa da flora do Brasil, sendo encontrada naturalmente em toda região amazônica brasileira e de países vizinhos. Cultivada como ornamental nas regiões quentes do Brasil e de outros países tropicais.


Usos: No Brasil a planta é usada mais comumente como planta ornamental, na arborização urbana de áreas verdes, parques e grandes avenidas. Na Índia e outros países da América Central e do Sul, a espécie é usada também como recurso medicinal, possuindo propriedades antibióticas, antifúngicas, antisséptica e analgésica. O chá das folhas é usado para tratar resfriados, feridas na pele, males do estomago e contra os sintomas da malária. As sementes são ricas em alguns tipos de alcaloides, com ação anti-inflamatória. Alguns estudos indicam o potencial de uso das sementes na composição de ração para peixes e na produção de óleo para a indústria de higiene e cosméticos. As flores fornecem alimento para abelhas nativas.


Aspectos agronômicos: É planta típica de solos amazônicos brejosos, mas se adapta e cresce bem também em solos mais secos. A propagação é feita por sementes. Deve ser cultivada a pleno sol, em regiões com chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Em locais com pouca chuva, a planta deve ser regada abundantemente. O solo deve ser bem adubado e com textura argilosa, que permite maior retenção de água. No paisagismo, deve ser cultivada em áreas amplas e com menor circulação de pessoas. Deve-se evitar o cultivo em estacionamentos e sobre os passeios públicos, uma vez que os frutos pesados (até 2,5kg) podem se desprender e causar acidentes. A flora mais intensa ocorre de setembro a março e a frutificação de dezembro a maio, porém existem variações a depender do clima e da região.


Bibliografia recomendada

Cabello, N.B. et al. Couroupita in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB17964>. 

Kumar, C.S. et al. A short review on therapeutic uses of Couroupita guianensis Aubl. International Research Journal of Pharmaceutical and Applied Sciences, 1(1), 105-108, 2011.

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