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1/17/2016 03:46:00 PM
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Amazônia
american oilpalm
caiaué
Dendê
dendê americano
Elaeis oleífera
Flora do Brasil
oil palm
O caiaué, ou dendê-americano, é uma palmeira
nativa da Amazônia cujo óleo contém elevadas quantidades de betacaroteno (precursor
da vitamina A) e vitamina E. Além disso, é rico em ácidos graxos insaturados,
principalmente, ácido oleico (48-53%). Mas não é apenas pela qualidade do óleo
e uso econômico que o caiaué chama a atenção: na verdade, trata-se de uma
palmeira que anda!
Onde
ocorre: Palmeira nativa da Região Amazônica, ocorre naturalmente no
Brasil apenas no estado do Amazonas. Entretanto, pode ser encontrada em toda
zona tropical da América Latina, desde o Peru até o Sul do México. Em geral, as
plantas ocorrem sobre terras férteis nas margens dos rios, conhecidas no Amazônia
como “terras pretas de índio”. A ocorrência de maiores ou menores populações de
caiaué, parece estar relacionada à ocupação humana da Amazônia ao longo da sua
história.
Banco de germoplasma de caiaué mantido pela Embrapa no estado do
Amazonas.
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Usos: Palmeira
oleaginosa. Da mesma forma que o dendê-africano, o caiaué produz dois tipos de
óleo: o óleo da polpa dos frutos (azeite) e o óleo das amêndoas ou óleo de
palmiste. A polpa contém entre 28 a 47% de óleo e as amêndoas entre 10 a 24%. O
óleo da polpa apresenta coloração alaranjada e é mais fluido à temperatura
ambiente, quando comparado ao azeite de dendê. Esta característica é atribuída ao
menor percentual de gordura saturada presente no óleo dos frutos do caiaué.
O caiaué é menos produtivo que
o dendê-africano, porém, não menos importante, uma vez que representa uma fonte
vital de genes para o melhoramento genético daquela cultura. A dendeicultura
(cultivo do dendê-africano) esteve comprometida no Continente Americano na
década de 1990 pela incidência do Amarelecimento Fatal (AF), uma doença muito
severa e para a qual não haviam medidas de controle eficientes. Foi então que
começaram as pesquisas com o caiaué, pois os cientistas observaram que as
plantas não eram afetadas pelo AF. O cruzamento com o dendê-africano resultou
plantas híbridas resistentes ao AF, com porte reduzido (facilita a colheita) e
com excelente qualidade de óleo. Atualmente, o caiaué é empregado em programas
de melhoramento genético do dendê-africano em diversos países, alguns dos quais,
também cultivam caiaué para a produção de suplementos alimentares e cápsulas de
vitamina A.
Cultivo de híbridos entre caiaué x dendê-africano (OxG) no estado do Amazonas. |
Aspectos agronômicos: O caiaué
não é cultivado comercialmente no Brasil. Os pequenos cultivos (coleções)
existentes destinam-se unicamente à pesquisa científica. A propagação é feita
por sementes e, como a maioria das palmeiras, exige cuidados na colheita e
armazenagem dos frutos, bem como tratamentos especiais para superar a dormência.
O cultivo deve ser feito em solo rico em matéria orgânica, úmido e com boa
drenagem. O plantio pode ser feito a pleno sol ou a meia sombra, com bom
espaçamento entre plantas (8 – 10m).
Curiosidade:
Por
volta dos 15 anos de idade, o estipe (caule) tomba sobre o solo, mantendo a coroa
foliar voltada para cima, num fenômeno denominado de procumbência. Abaixo da
coroa foliar surgem novas raízes, enquanto o caule antigo vai se decompondo
lentamente e cedendo lugar ao novo caule, que cresce normalmente. Este
comportamento deu origem ao nome da planta, caiaué, que na língua dos povos indígenas
significa “planta que anda”. O detalhe mais interessante é que todas as plantas
tombam para o mesmo lado.
Planta tombada (procumbente), fenômeno que deu origem ao nome caiaué ou, na língua indígena, "palmeira que anda". |
Referência bibliográfica
CAMILLO, J. Diversidade genética, conservação
in vitro de germoplasma e analise do conteúdo de DNA nuclear em palma de
óleo {Elaeis guineensis Jacq. e Elaeis oleifera (Kunth) Cortés}.
Tese de doutorado – Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária, 2012. 137 p.: il. Link
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