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7/28/2015 03:16:00 PM
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alcaloides
Erythrina mulungu
Erythrina verna
Mulungu
mulungu-coral
Plantas Medicinais
Plantas Ornamentais
suinã
Universidade de Brasilia
Continuando
o assunto dos mulungus, esta semana vamos conhecer o mulungu-coral, também
conhecido em algumas regiões do Brasil como suinã ou mulungu-suinã. Esta
espécie tem porte arbóreo e é igualmente utilizada na medicina popular e como
ornamental.
Tronco e cascas de mulungu-coral. |
Descrição botânica: Pertence
à família botânica Leguminosae, de porte arbóreo medindo entre 10 a 20 metros
de altura, com presença de espinhos ao longo dos troncos jovens. As folhas são
compostas, trifoliadas, medindo até 12 cm de comprimento. As inflorescências
apresentam coloração que pode variar entre o laranja e o vermelho, com as
flores reunidas em cachos no final dos galhos. Os frutos são tipo vagem, de
coloração marrom e contém entre uma e três sementes, de cor marrom-clara,
medindo aproximadamente 1 cm de comprimento.
Anteriormente esta espécie era
conhecida pelo nome de Erythrina
mulungu Mart., hoje reconhecido como sinônimo de E. verna, mas que deve ser considerado na busca de bibliografia
especializada.
Onde ocorre: O mulungu-coral só é encontrado no
Brasil (endêmica), nos biomas Cerrado, Amazônia e, principalmente, na Mata
Atlântica. Ocorre desde áreas abertas antropizadas até florestas mais densas, preferencialmente
em solos bem drenados e encostas.
Usos: Na medicina tradicional o chá e a
tintura, elaborados a partir das cascas do caule, são utilizados como sedativo
natural. A planta pode ser encontrada nas farmácias na forma de extrato seco ou
em formulações fitoterápicas associada, principalmente, ao maracujá (Passiflora alata) e à valeriana (Valeriana officinalis). Esta planta é rica
em alcaloides - substâncias que atuam sobre o sistema nervoso central - por
isso seu uso medicinal deve ser feito com acompanhamento especializado, para
evitar intoxicações.
A
espécie, assim como outras do mesmo gênero, tem alto valor ornamental,
é a de maior porte e a menos utilizada no paisagismo. Justamente o porte
é um dos fatores limitantes do seu uso, pois o cultivo deve ser feito em áreas
amplas, longe de fiações aéreas e também de tubulações subterrâneas e calçadas,
por apresentar um sistema radicular bastante vigoroso.
Não apenas sua florada é exuberante,
como também apresenta um função ecológica muito importante. Por ser uma planta
heliófila, pioneira e de crescimento rápido, ajuda no desenvolvimento inicial
da vegetação, acelerando o restabelecimento de áreas degradas, sendo indispensável
neste tipo de atividade.
As flores de coloração laranja forte, que lembram as cores de alguns corais marinhos. |
Informações agronômicas: A
florada ocorre nos meses de junho a agosto quando a arvore está totalmente sem
folhas. A produção de mudas pode ser feita por sementes ou por estacas. A
germinação das sementes, recém colhidas e sem nenhum tratamento, é feita em
sacos plásticos individuais contendo substrato organo-arenoso. A germinação se
inicia entre 5 a 10 dias após a semeadura e o percentual pode chegar a 70%. As
mudas apresentam crescimento rápido, estando prontas para o plantio em local
definitivo em até 4 meses.
Curiosidade: O João-de-barro também aproveita a
florada do mulungu-coral para enfeitar o quintal de sua casa.
O jardim mais lindo do mundo quem tem é o João-de-barro. |
Referências bibliográficas
DEMUNER, V.G. et al. Influência da luz e da temperatura na
germinação de sementes de Erythrina verna
(Leguminosae, Papilionoideae). Museu
de Biologia Professor Mello Leitão, 24,
101-110, 2008.
FEITOSA, L.G.P. Caracterização
dos alcaloides de Erythrina verna.
Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto/USP. 2014.
GILBERT, B.; FAVORETO, R. R. Erythrina spp. Fabaceae. Disponível em: http://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/viewFile/152/150.
2015.
LIMA, H.C. DE; MARTINS,
M.V. Erythrina in Lista
de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Disponível em: <Link>. Acesso em: 15 Jul. 2015.
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