Araticum (Annona crassiflora Mart.)

by 3/30/2018 07:31:00 PM 0 comentários
 


Todos os anos, no final de fevereiro, acontece a safra de araticum, ou marolo, no Cerrado. Este fruto apresenta um formato bem característico e inconfundível, com elevações na casca, semelhante aos araticuns encontrados em outras regiões do Brasil, porém, estes frutos podem facilmente ultrapassar 1 kg e o aroma da polpa é bastante pronunciado. 

Durante a safra, que pode se estender de fevereiro a abril, os frutos são facilmente encontrados nas feiras livres e banquinhas de beira de estrada, sobretudo, nos estados de Goiás e Minas Gerais. Este fruto representa uma renda extra para muitas famílias e cooperativas de produtores agroextrativistas do Cerrado, transformando esta polpa aromática e cremosa em diversos produtos com sabores bem regionais. Vale a pena conhecer! 


Descrição botânica: Árvores ou arbustos lenhosos, ramificados e caule com casca estriada grossa; folhas inteiras e alternadas; as flores podem ocorrer isoladas ou reunidas em inflorescências; os frutos, quando verdes, possuem casca bastante ondulada e dura, que se rompe com facilidade quando estão maduros; podem medir mais de 15 cm de diâmetro e pesar entre 1 e 2 kg, de formato oval arredondado, coloração externa marrom clara e polpa creme-amarelada muito aromática. 

Onde ocorre: Planta nativa do Brasil, amplamente distribuída no bioma Cerrado, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pará, Bahia, Tocantins, Maranhão, incluindo áreas remanescentes de cerrado no Paraná. 


Usos: A polpa dos frutos é doce e muita aromática. A textura da polpa é um pouco granulosa, mas pode ser consumida in natura ou processada para produzir sucos, doces, geleias, licores, tortas, iogurtes ou sorvetes. Rica em carboidratos, lipídeos, fibras, cálcio e fósforo, sendo, portanto, uma importante fonte alimentícia. A polpa ainda pode ser desidratada para a produção de farinha, que serve como ingrediente para o preparo de massas, sucos, doces e sorvetes. O doce em barra, que é uma tradição em Minas Gerais e Goiás e facilmente encontrado nas feiras livres regionais, é feito com a polpa fresca triturada e caramelizada, guardando todo o aroma e sabor característicos desse fruto maravilhoso. 
As sementes são boa fonte de óleo, rico em ácido oleico e com uso potencial nas indústrias de óleos finos e cosméticos. A polpa apresenta agentes antioxidantes; as sementes e folhas são usadas na medicina popular para o tratamento de diarreia, como regulador menstrual e antiparasitário. 

Aspectos agronômicos: Até agora não existem registros de cultivo desta planta, toda produção de frutos é obtida por meio do extrativismo em plantas espontâneas nas matas. A propagação pode ser feita por sementes, que apresentam dormência e requerem o uso e de hormônios sintéticos para germinar. As mudas, quando prontas, devem ser plantadas me local definitivo no início do período chuvoso, em solos profundos e bem drenados. A espécie não é muito exigente em fertilidade, mas a aplicação de adubo orgânico na cova e em cobertura, durante o crescimento da planta, aumenta a produção de frutos. 

Doce de araticum em barra, muito comum em Goiás e Minas Gerais.

Bibliografia recomendada 

MELO, J.T.; AGOSTINHO-COSTA, T.S. Araticum (Annona crassifora). In: VIEIRA, R.F.; CAMILLO, J.; CORADIN, L. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: Plantas para o Futuro: Região Centro-Oeste. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade. Brasília, DF: MMA, 2016. (Link)

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