Mini-peperomias (Peperomia circinnata Link e P. campinasana C.DC.)

by 3/06/2021 08:03:00 AM 1 comentários
Peperomia circinnata

As peperômias formam um dos grupos de plantas mais amplamente utilizados no paisagismo e na composição de vasos para decoração de interiores. Algumas espécies são minúsculas e pouco conhecidas da maioria das pessoas. Elas crescem sobre pedras e trocos de árvores e são belíssimas. Estas duas que vamos falar hoje podem ser cultivadas em vasos, da mesma forma que as suculentas, ou sobre troncos no jardim. Além disso, são plantas nativas das florestas úmidas do Cerrado, belezas da nossa biodiversidade que precisam ser mais bem conhecidas.

Peperomia circinnata

Descrição botânica: Ervas epífitas (crescem sobre os troncos de outras espécies sem parasitá-las) com caules finos e alongados, que se estendem ao longo do hospedeiro, de crescimento ascendente (P. campinasana) ou não-ascendente (P. circinnata). As folhas são pequenas e suculentas: arredondadas e levemente rosadas em P. circinnata, ou com base aguda e levemente rajadas em P. campinasana. As inflorescências são pequenas, em forma de espigas, eretas, solitárias, contém muitas flores pequenas esbranquiçadas ou acobreadas, a depender da espécie, e minúsculos frutinhos globosos de cor marrom ou quase pretos.

Peperomia circinnata

Onde ocorrem: Espécies nativas, porém, não endêmicas do Brasil. Peperomia circinnata apresenta ampla ocorrência natural no Brasil, com predomínio nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Já P. campinasana tem ocorrência mais restrita, sendo encontrada no Cerrado e na Mata Atlântica.

Usos: Plantas de uso ornamental, tanto na composição de vasos quanto no jardim, cultivadas sobre trocos ou pedras. Elas podem recobrir troncos com sua folhagem minúscula, o que confere um aspecto muito bonito e agradável ao jardim. P. circinnata, devido à característica de ramos não-ascendentes, é a mais adequada para o cultivo em vasos, onde forma uma cortina pendente muito bonita. Já P. campinasana, por seu crescimento ascendente, adapta-se melhor no recobrimento de superfícies como os caules de árvores, palmeiras e samambaiaçus.

Peperomia campinasana

Aspectos agronômicos: A produção de mudas pode ser feita por meio de pedaços de ramos com folhas, colocados sobre a superfície que se quer recobrir ou sobre placas de fibras naturais (placas de fibra de coco, por exemplo). Também é possível aproveitar as sementes, colhendo-se as espiguetas com os frutos pretos maduros e colocar para germinar sobre esfagno ou outro substrato leve, com umidade constante. A germinação também pode ser feita sobre papel úmido, com posterior transplantio das mudinhas para os vasos. As plantas preferem ambientes úmidos e sombreados, mas é bom lembrar que a rega deve ser moderada. O excesso de umidade apodrece os caules. A rega deve ser feita sempre que o ambiente estiver completamente seco.

Peperomia campinasana

Recomendação: Para quem visitar Pirenópolis e Cidade de Goiás, em Goiás, observe os muros de pedra do casario histórico, são recobertos de peperômias. Em Belém/PA, essas minúsculas plantinhas crescem naturalmente sobre as mangueiras gigantes e centenárias, um deleite para quem aprecia os detalhes.

Cuidado: É sempre bom lembrar que a retirada de plantas de seus ambientes naturais é crime ambiental. Compartilhe mudas já existentes nos jardins ou, sempre que possível, procure comprar mudas de viveiristas idôneos. Entretanto, por se tratar de plantas nativas e pouco conhecidas, é difícil encontrar mudas a venda no comércio. A Planta da Vez trabalha para que, um dia, quem sabe, elas estejam disponíveis facilmente e ao alcance de todos, sem destruir a natureza.

Peperomia campinasana


Bibliografia recomendada

Carvalho-Silva, M.; Monteiro, D. Peperomia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB12633

Carvalho-Silva, M.; Monteiro, D. Peperomia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB12627

Guimarães, E.F.; Medeiros, E.V.S. Peperomia circinnata e Peperomia campinasana (Peperomia). In: Vieira, R.F.; Camillo, J.; Coradin, L. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro Região Centro-Oeste. Brasília, DF: MMA, 2018.

Um comentário:

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