Amor-agarradinho (Antigonon leptopus Hook. & Arn.)

by 10/08/2021 09:32:00 AM 0 comentários


Ah o amor! E se é agarradinho, fica ainda melhor! Ok, clichês à parte, o amor-agarradinho quando florido é um encanto! Chama atenção pela delicadeza de suas flores e pelo zumbido das abelhas ao seu redor. Para quem gosta de plantas atrativas ou trabalha com apicultura, essa pode ser uma boa opção para atrair abelhas. Mas há quem tenha repulsa da planta por este mesmo motivo. Entretanto, pode ser apenas por desinformação. As abelhas estão se alimentando e, à menos que sejam atacadas, não causarão qualquer problema a quem estiver por perto. O amor-agarradinho é planta de crescimento rápido, floresce quase o ano todo e é muito versátil. Vai bem como cerca-viva e no recobrimento de pergolados ou daquele canto sem graça no jardim. É bom lembrar que não é planta nativa do Brasil e tem alto potencial invasivo, por isso seu cultivo deve ser sempre monitorado para evitar problemas.

Descrição botânica: Da família Polygonaceae, trepadeira com gavinhas, ou seja, possui estruturas que permite subir (agarrar) com facilidade em troncos, cercas ou muros. Planta muito ramificada e de abundante folhação; folhas pecioladas de 5 a 10 cm de comprimento e formatos variando entre oval, oblonga, cordada (forma de coração) ou deltoide (triangular). As inflorescências são tipo racemos ou panículas, que reúnem centenas de pequenas flores brancas, rosadas ou, mais raramente, esverdeadas. Os frutos medem menos de 1 cm de comprimento e abrigam numerosas sementes de cor preta.


Onde ocorre: Planta de origem mexicana, cultivada em boa parte dos países tropicais devido à sua boa adaptação à diferentes tipos de clima e solo. No Brasil só é encontrada na condição de cultivada, mas está presente em praticamente todos os estados. Por aqui são cultivadas duas espécies, o A. leptopus e o A. guatimalense, de flores dobradas.

Usos: Planta para uso ornamental e apícola. Como planta ornamental pode ser usada para recobrir muros, cercas, treliças ou pergolados. Suas delicadas flores em forma de coração, atraem abelhas e pássaros, que se alimentam do néctar, flores e sementes. Como alimento apícola é importante ressaltar que existem plantas até mais eficientes, mas a importância do amor-agarradinho se dá especialmente em regiões de clima mais seco. Essa espécie pode florescer praticamente o ano todo, inclusive nos períodos de entressafra das plantas convencionais e, assim, fornece alimento e abrigo às abelhas nos períodos de maior escassez. Apesar de não ser uma planta nativa do Brasil, também fornece alimento para as abelhas nativas como as meliponas, por exemplo.


Aspectos agronômicos: A propagação é feita facilmente por sementes, por estaquia ou de ramos jovens ou alporquia. As sementes germinam em poucos dias e as mudas estão prontas para o replantio entre 90 a 120 dias. O cultivo é feito em pleno sol e não exige grandes cuidados com adubação. O uso de esterco (de gado, de aves ou uma mistura de ambos) ou composto orgânico já é suficiente para garantir uma boa floração. A adubação deve ser feita no plantio e, ao menos, 2 vezes ao ano a depender da condição das plantas e da intensidade da floração. As regas devem ser frequentes. O crescimento é vigoroso e em pouco tempo pode recobrir muros, cercas ou pergolados. Não exige grandes cuidados de manutenção, mas é importante efetuar podas de limpeza para que fique sempre bonita e florida, além de evitar o recobrimento de áreas não desejadas.


Cuidados: Planta com alto potencial invasivo. Deve ser cultivada sob monitoramento constante. A elevada quantidade de sementes pode facilitar sua propagação para áreas nativas, o que pode prejudicar a biodiversidade local. Existem vários artigos científicos relatando problemas com esta espécie em diversas ilhas do Caribe consideradas hotspots de biodiversidade. Por lá a planta é chamada de coralita e tem se alastrado de forma descontrolada causando prejuízos à fauna e flora locais.


Bibliografia recomendada

Heger, W.T.; van Andel, T. A social-ecological perspective on ecosystem vulnerability for the invasive creeper coralita (

Antigonon leptopus
) in the Caribbean: A review. Global ecology and conservation, 18, e00605, 2019.

Lorenzi, H.; Souza, H.M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustiva, herbáceas e trepadeiras. 4ª ed. Ed. Plantarum. 2008.

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