Begônia (Begonia aconitifolia A.DC.)

by 4/16/2021 03:45:00 PM 1 comentários

As begônias arbustivas já foram muito cultivadas em quintais e jardins no século passado. Mas assim como acontece com a alimentação e o vestuário, as plantas ornamentais também entram e saem de moda. Por muitos anos as begônias nativas foram esquecidas e se perderam no tempo, mas hoje voltaram ao mercado e fazem a sensação dos amantes de plantas para interior. É fácil encontrar quem diga que “tinha muito delas na casa da minha avó/mãe, mas que nunca mais vi”. Muitos híbridos se mantiveram no mercado neste tempo, mas, para mim, nenhum tem a beleza das plantas originais. Então agora que elas voltaram à moda, podemos aproveitar para cultivar muitas espécies diferentes. São plantas lindas, resistentes e perfeitas para compor vasos, floreiras e aquele cantinho especial no seu jardim.

Descrição botânica: Da família Begoniaceae, plantas semi-herbáceas, medindo entre 1 a 1,5 m de altura, formando touceiras ralas que podem tomar conta de grandes espaços. Os caules são alongados, com nós e entrenós bem destacados. As folhas alongadas, pontudas e recortadas em maior ou menor grau, de coloração verde escura com pontuações prateadas e nervuras avermelhadas bem destacadas. As inflorescências formam cachos com inúmeras flores rosadas, com aspecto ceroso perolado. Os frutos são pequenos, tipo cápsulas aladas, para facilitar a dispersão.

Onde ocorre: Planta nativa do Brasil, só encontrada em estado natural na Mata Atlântica dos estados do Rio de Janeiro e Espirito Santo. Nas demais regiões é encontrada na condição de cultivada.

Usos: Planta de uso ornamental, cultivada no jardim em renques, maciços ou como planta isolada. Pode ser cultivada no chão, em floreiras ou vasos e, inclusive, como planta de interior, desde que em sacadas ou salas amplas com boa luminosidade. As flores são comestíveis e tem sabor levemente ácido, ideal também para enfeitar pratos de saladas ou sobremesas.

Aspectos agronômicos: A produção de mudas é feita por estaca de galhos ou pela divisão das touceiras, e deve ser feita logo após a floração. As estacas devem ser enraizadas em ambiente quente e úmido, o que favorece a sobrevivência das mudas. Esta espécie pode ser cultivada em pleno sol ou meia-sombra, em solo rico em matéria orgânica e sempre com água em abundância. Não tolera seca. Em locais com estação fria bem definida, a floração é mais intensa durante o verão. Já onde a temperatura é elevada, a floração pode ser constante o ano todo.


Curiosidade: Se o leitor tiver a curiosidade de pesquisar pelo nome científico desta espécie, vai ver que existe pouquíssima literatura científica sobre ela. Ou seja, existe uma espécie nativa ornamental de alta relevância econômica, alta demanda de mercado e que praticamente nada se conhece sobre ela. Então de onde vem as mudas que abastecem o mercado atual? DE onde vem os híbridos e plantas selecionadas? Possivelmente tenham se originado de mudas retiradas da natureza e multiplicadas nos viveiros pelo Brasil a fora ou, até mesmo, por empresas internacionais, até chegar aos tipos de plantas cultivadas que temos hoje. Para que uma espécie chegue ao mercado com segurança, é fundamental que se rastreie todas as etapas produtivas, desde a coleta das mudas na natureza, a multiplicação e todo o processo de melhoramento. Isso favorece não apenas o desenvolvimento de novas variedades, mas também a conservação da espécie no seu ambiente natural. Fica a dica!

Bibliografia recomendada 

Jacques, E.L.; Gregório, B.S. 2020. Begoniaceae in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB5565

Um comentário:

  1. A planta da foto é a híbrida B. 'Corallina de Lucerna', que sequer tem relação com a B. aconitifolia, que além disso não é arbustiva, mas bambusiforme.

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